Alvorada

19.11.10

E agora é meio dia!

O blog vai continuar o mesmo (tambem suspeito que já ninguém lê isto) mas mudou de sitio:
http://meiodia-wolf354.blogspot.com/

20.11.06

Viajante

A sua função é atravessar uma poderosa vedação que separa a Grande Mãe de todas as imagens possíveis da Força, Poder e Raiz do Julgamento.

Todo o seu corpo está escondido por uma armadura e para conduzir o seu veiculo é necessário um enorme poder. Talvez por isso exista a lenda de que quem vir a sua cara morre.

Quando sobe a barreira esta parece um véu de águas aonde se multiplicam os mais inesperados reflexos da realidade, mas quando desce entra no sangue de quem chamar o seu julgamento. Na sua tarefa casa o microcosmo com o macrocosmo estando implícito o segredo da auto-reprodução.


19.11.06

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18 - A crianças dos Poderes das Águas

24.9.06

Os Amantes


Dois gémeos de sexos opostos vivem felizes com a sua espada.

Com este instrumento separam tudo até chegarem ao mais pequeno pormenor, de modo a não poderem ser mais divididos.

Quando lhes descobriram esta brincadeira, chamaram-nos de gémeos analistas, que querem ver o que constitui todas as coisas que apanham, “Do que é feito este objecto?” e começam a separar todas as partes, quando terminam este processo fazem uma síntese do que viram.

Cada um dos gémeos completa a observação do outro com a perspectiva masculina e feminina. Ela conhece melhor as outras, ele sempre viveu com os outros, os dois juntos têm uma visão profunda dos dois lados que tudo pode ter.

Quando a sua mãe lhe pergunta porque acabaram de destruir o último presente que o pai lhes ofereceu a resposta é sempre a mesma “Vontade!”.

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17 - A Inteligencia descatável

15.5.06

Alan Moore


Nascido a 18 de Novembro de 1953, Alan Moore sempre viveu em Northampton e orgulha-se disso. Nas suas diferentes áreas de trabalho transmite a impressão de ser um mago supremo que transporta ideias superiores para o nível inferior, um mediador entre energia pura e o que está estabelecido como tal.

A actividade que o torna mais conhecido é a escrita de histórias de banda desenhada. O nome de Novela Gráfica é associado a si, no entanto considera-o um termo de marketing e prefere o nome de banda desenhada. As suas histórias têm como alvo públicos adultos, a associação feita entre quadradinhos e público infantil/juvenil será um erro de marketing e política seguida pelas maiores editoras e comerciantes deste género há muitos anos.
Em 1986 assina Watchmen com Dave Gibbons nos desenhos, considerada por muitos críticos como a melhor Novela Gráfica criada, dando uma visão negra e irónica do mundo através de super heróis com várias filosofias de vida distintas entre si que se vão reflectir nas personagens com objectivos existenciais (supostamente) elevados.
“From Hell” é um trabalho com Eddie Campbell publicado em 1991. Esta história usa um estudo com uma duração superior a 10 anos relativo a literatura, notícias e muitos outros temas ligados directa ou indirectamente à história de “Jack, o Estripador” e que dão a esta história uma base muito sólida.
Um dos seus últimos trabalhos é “Promethea” com a colaboração de J.H. Williams III e Mick Gray nos gráficos. Alan Moore faz uma aproximação ao misticismo com uma heroína adolescente, mas devido a um conteúdo bastante denso perde alguns seguidores das suas obras mais populares. Para quem tenha interesses em misticismo esta é uma obra a não perder, não só pela história mas também pelo grafismo conseguido.
Alan Moore já criou mais de 140 histórias em banda desenhada focando os mais variados temas, presentemente está a escrever um novela pornográfica com desenhos de Melinda Gebbie que deverá ter o nome de “Lost Girls” (livro ainda não editado, mas já anunciado) na tentativa de alterar mentalidades quanto ao sexo.

Os conflitos com grandes editoras começam muito cedo na sua carreira tendo Moore uma opinião bastante negativa sobre os gestores e comerciantes de banda desenhada, sendo o nome de Novela Gráfica um exemplo claro desta discordância.
Quando Moore assinou os primeiros contratos ninguém esperava que o seu sucesso fosse tão grande e prolongado, nesta altura o procedimento contratual era a propriedade da obra ser da editora enquanto esta fosse publicada (com uma percentagem do valor das vendas para os criadores). O normal era publicarem um trabalho, na mais optimista das perspectivas, durante dois anos. Moore ao fim de 20 anos continua a ver os seus primeiros trabalhos serem reeditados e consequentemente não tem autoridade sobre estes seus trabalhos.
Os conflitos tornam-se mais notórios com as adaptações de obras suas ao cinema. Até ao momento são três as mais conhecidas e quatro no total: Liga de Cavalheiros Extraordinários; A Verdadeira História de Jack o Estripado; V de Vingança e Constantine. Ele recusou sempre ver o seu nome fazer parte do genérico dos filmes sendo a percentagem que lhe caberia redistribuída pelos restantes autores (desenhadores, adaptadores e cinematográficos). Mas os únicos que nem sequer tentaram coloca-lo nos créditos foram os produtores de Constantine. Prevê-se que a anunciada estreia de Watchmen volte a provocar polémica.
A ideia de Moore é simples, se ele não tem nenhum controlo sobre o filme, também não quer ver o seu nome a ser usado e já ameaçou a DC Comics que caso o seu nome não fosse retirado do filme V For Vendetta então iria exigir que a respectiva banda desenhada deixasse de ser vendida com a sua assinatura.

Para lá do trabalho em banda desenhada Alan Moore também escreveu o romance “Voices of Fire”, com um sucesso comercial muito reduzido. Lança também vários discos com David J (ex-Bauhaus e amigo de infância), Tim Perkins (da banda The Emperors of Ice Cream banda original com Alan Moore) entre outros. Estes discos são feitos a partir de performances teatrais ao vivo únicas com um foco em rituais mágicos e cerimónias de evocação/invocação. Entre estes discos podemos destacar The Moon and Serpent Grand Egyptian Theatre of Marvel; The Birth Cau; The Highbury Working; Snakes and Ladders ou Angel Passage aonde as influências de Aleister Crowley e Austin Osman Spare entre outros são evidentes.

Podem ver a sua melhor entrevista no YouTube nem que seja só para ouvir uma voz impressionante ou então consultar o site de fans brasileiros em www.alanmooresenhordocaos . Apesar dos créditos já firmados deste autor as poucas obras traduzidas que encontrei são brasileiras (Watchmen ou Batman: The Killing Joke entre outros).

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16 - O prazer da glória.

8.5.06

Estrelas

Abre os braços e mãos
Aos recursos que têm,
Com trabalho e perseverança
Quer construir algo situado mais além

Para a sua dedicação
O tempo não interessa,
Sente que vai conseguir
Assume assim tudo como uma promessa

As contrariedades que aparecem
São algo para domesticar,
Fingir a sua ausência
Ele já sabe que vai atrapalhar

Continua aberto a ajudas
Na sua total concentração,
A experiência já disse
Para nunca se fechar na razão

Agarra em diferentes energias
A quem dá equilíbrio
Nas continua sem racionalizar
A forma como sente o vazio

Quando termina uma obra
Rapidamente surge outro começar,
O fim é-lhe indiferente
Enquanto na paixão estiver a trabalhar

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15 - Que segura a água

2.5.06

União

Dois anjos para lá do abismo aproximam-se de uma maneira inesperada. Raziel surge do lado direito envergando uma túnica cinzenta. Os seus movimentos são contínuos e sem paragens. Do outro lado Tzaphqiel vestido de negro aproxima-se, construindo padrões diferenciados de movimentos, criando identidades. O primeiro dá a luz espiritual, o segundo julga cada momento.

As imagens de ambos começam a misturar-se: um homem de barbas com uma mulher de idade; um bastão activo e um cálice receptivo; a devoção e o silêncio; a sabedoria e o entendimento; o futuro e o actual… dois lados distintos alimentam esta junção infinitamente, para além da capacidade humana.

A união entre o Fogo da Criação e o Altar do Manifesto origina um ritmo de crescimento que desenha a sua própria definição, uma Porta que conduz ao Ponto que origina toda a criação, com a imagem de uma Imperatriz no seu trono com a sua roda e escudo. A Coroa do universo fica por detrás desta entrada feita por um portão que inclui todo o Zodíaco com os seus signos.

1.5.06

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14 - Filha dos poderosos

27.4.06

Em Cima como em Baixo


Juliano gostava de se divertir sozinho e com os amigos. Por vezes as brincadeiras levavam a zangas e ele já estava habituado. Achava graça a quebrar rotinas e depois voltar a elas ao mesmo tempo que os seus gostos e interesses iam mudando. Implementava por vezes rotinas estranhas na sua vida como a de recusar a cruzar as pernas durante uma semana e se o fizesse, castigava-se. Tinha a sensação de crescer com estes jogos. Gostava de tentar conhecer os seus extremos impressionando algumas pessoas com os seus exageros disparatados. As várias faces da sua vida ganhavam um equilíbrio muito próprio que lhe davam uma normalidade algo colorida.

Lentamente as suas razões começaram a ficar vazias, reduzindo a sua lógica ao mínimo. Os seus sentimentos, que já nem eram muito fortes, pareceram tornar-se só uma luz de presença como que a dizer que lá estavam mas não serviam para nada. Começou a envolver-se em longas discussões sem sentido, para apreciar as emoções que os outros mostravam e que lhe faltavam, mas para ele os resultados finais eram iguais, interessava sim um percurso movimentado. Amigos que chamavam a atenção pelo seu comportamento, encontravam sempre uma teia de confusão e, ou se afastavam imediatamente ou insistiam demais, até ele acabar por se pôr em fuga.

A sua realidade parecia um caleidoscópio sempre em movimento, navegava sem mapas e sem destino. A quantidade de imagens que observava pareciam tentar enviar mensagens aleatórias sem um significado que Juliano pudesse entender. Mergulhava em meditações prolongadas sempre com resultados estranhos e de curta duração, as conclusões que tirava acabavam sempre por se apagar com o tempo. O único sítio aonde parecia estar a chegar era ao isolamento de tudo e de todos. Um dia começou a sentir uma presença na sua vida, desta vez diferente de todas as imagens do seu passado que o tornaram ausente. Continuava a parecer indiferente mas sentia o seu coração a palpitar e aproximou-se muito lentamente. Começou a sentir as reacções dessa pessoa na sua atmosfera, mas talvez pela sua aparente indiferença elas variavam do receio à paixão. Juliano voltou a sentir medo de perder algo mas nunca reagiu aos sinais que pareciam chegar dela, ela que parecia uma paixão com que sempre sonhara, concentrando-se numa aproximação segura e tranquila.

Como o nascer de um dia de primavera, a sua consciência pareceu começar a iluminar-se, ganhando uma existência firme que já não se sujeita a modas e humores, mas que se adaptava às mais diferentes circunstâncias sem nunca perder a identidade.
Tinha atravessado o deserto, uma vida com Amor começava agora.

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13 - Atravessar o abismo

23.4.06

Nova Ordem Mundial (ou quase nova)


No seu ensaio "Millenium" o "anarquista ontológico" (titulo criado pelo próprio) dá uma perspectiva bastante diferente das habituais sobre o mundo político, bastante interessante e merecedora de referência.

A queda do império comunista entre 1989 e 1991 vêm marcar o início de um novo século e um novo desenho dos poderes sociais. Com o fim de uma batalha entre duas grandes forças opostas, o comunismo e o capitalismo, a sociedade começa a ser condicionada só por uma grande força, que pode ter os nomes de ordem mundial ou mercado internacional entre outros. Esta força parece ser sempre vencedora por defeito (afinal não existe mais nenhuma) com uma cultura única que assimila todo o mundo usando imagens de Hollywood ou da Disney através dos Media.

As implicações são que já não existem dois mundos opostos e consequentemente acabou o terceiro mundo, agora existe somente uma lixeira do mundo capitalista ou uma zona a não visitar. Na opinião de Peter Lamborn Wilson (o seu verdadeiro nome) o mundo reduz-se a duas forças o Capitalismo e o Individualismo herdeiro do Anarquismo.
A primeira referência política moderna na área Situacionista (outro nome para Individualismo) é o movimento Zapatista no México com uma mensagem nova "Queremos ser Índios Mayas e deixados em paz". Não existe nenhuma conversão às ideologias que professam, a única coisa que querem é a sua identidade e os outros podem ser quem muito bem entenderem, e é isto que marca a grande diferença e leva a que este tipo de ideologia comece a florescer pelo mundo e nos mais diversos ambientes sociais.

Numa sociedade massificada pelos media em que é passada a imagem de igualdade entre tudo e todos, muitos indivíduos sentem-se em oposição à verdade veiculada ou “vendida”, o que os leva ao isolamento por indiferença/discordância com as normas vigentes. Este isolamento pode ser contrariado pelos Media alternativos que no entanto exigem um grande esforço para serem encontrados e podem utilizar linguagens bastante diferentes das que se regem pelas normas sociais.

Quanto á posição do novo terrorismo radical islâmico para Hakim esta não e uma verdadeira alternativa pois não conduz a nenhuma grande mudança ideológica na nossa sociedade, que até se vê reforçada no seu poder para combater um inimigo perigoso. Estes movimentos Islâmicos mais radicais estão alienados da maioria do mundo muçulmano, colocando-o na posição desconfortável de ter que justificar os actos de Bin Ladden e companhia. Movimentos políticos como a Al-Qaeda e semelhantes nem sequer se referem ao capitalismo nos seus comunicados podendo serem facilmente associados a movimentos fascistas deslocados no tempo.

Pessoalmente, consigo identificar-me com algumas ideias deste autor, no entanto estou bastante longe de ser um dos seus seguidores. Quem estiver interessado em ler textos dele, este link fornece a sua maioria (em inglês)
www.hermetic.com/bey/
Para uma opinião mais independente aconselho a biblioteca (livre) on-line (também em inglês) Wikipedia

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12 - O Inicio de Formas no Espirito

20.4.06

Expandir os horizontes do Amor


Eu e Rita já namorávamos há pelo menos 2 anos. Ambos queríamos mais da nossa relação, alarga-la, no entanto com a dúvida de para aonde nos estávamos a dirigir.
Achei boa ideia comprar uma corda com 10 metros, após deixar o meu emprego, e dirigi-me a casa. Cheguei quando ela preparava o jantar e escondi o meu novo presente na sala.

Quando terminámos a nossa ceia e ela foi ver a novela para a sala, puxei a corda debaixo do sofá e sorrindo-lhe disse “È hoje!”. Ela riu-se mas ao mesmo tempo ficou algo nervosa. Comecei por desligar a televisão e depois despi-a toda.
Quando era bem mais novo e ainda andava nos escoteiros tive sempre facilidade a fazer todos os nós e já tinha visto algumas fotografias artísticas de homens e mulheres amarrados, por isso puxei pela memória e pela criatividade e comecei a dar voltas em redor dos seus seios com a corda. Depois nas costas dela fiz um nó com ambas as pontas, ainda com bastante comprimento para usar, e fiz um ângulo de 90º em direcção ao pescoço passando uma ponta por cada ombro e cruzando-as a frente do pescoço, passando entre os seios e desci até à base das pernas fazendo a cada ponta passar por debaixo de cada nádega. Com cada lado da corda puxei o respectivo lado junto ao umbigo desenhando como que um diamante aberto em cima junto ao pescoço e em baixo junto ao seu sexo. Terminei no nó que me tinha permitido fazer a alteração de sentido, dando o nó final e esticando a toda a corda para provocar tensão no seu corpo mas sem lhe provocar dor.

Mostrei-lhe o meu trabalho num espelho, ela adorou mas ambos parecíamos querer mais. Tinha uma corda mais pequena já há algum tempo em casa e facilmente lhe amarrei as mãos, com uma venda impedi-a de ver o que ia fazer a seguir. Sentia na sua pele ânsia e expectativa do que viria a seguir.
Fui rapidamente à cozinha e trouxe uma esponja, palha-de-aço, uma escova e um espanador de penas. Levemente acariciei a sua pela com as várias texturas que tinha arranjado, um pouco à sorte, tentando perceber as suas reacções evitando a dor (mas não o desagrado) e a indiferença. Senti ritmos inesperados de prazer e desconforto que ia desenhando nela pela sua pulsação e respiração… o contacto com a sua pele transmitia um prazer que se ia alargando à medida que a sua confiança em mim crescia.
Estranhamente ou talvez não, zonas do seu corpo que noutras ocasiões se tinham mostrado só em figura de corpo presente, como os braços, ganharam uma sensibilidade muito maior.
A sua consciência alterava-se e eu trabalhava as respostas que ia recebendo do seu corpo levando-a a sensações novas e desconhecidas enquanto ia sentindo um poder que nem sabia que tinha.

Quando as sensações dela pareceram começar a perder intensidade e me comecei a sentir cansado, retirei-lhe a venda e desamarrei-a, abraçamo-nos os dois e partilhamos o nosso amor. Sentíamo-nos mais cúmplices, mais próximos e ambos mais poderosos de maneiras diferentes que se completavam.
Claramente tínhamos feito crescer o Amor que ainda nos une!

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11 - Um salto no vazio