Alvorada

15.5.06

Alan Moore


Nascido a 18 de Novembro de 1953, Alan Moore sempre viveu em Northampton e orgulha-se disso. Nas suas diferentes áreas de trabalho transmite a impressão de ser um mago supremo que transporta ideias superiores para o nível inferior, um mediador entre energia pura e o que está estabelecido como tal.

A actividade que o torna mais conhecido é a escrita de histórias de banda desenhada. O nome de Novela Gráfica é associado a si, no entanto considera-o um termo de marketing e prefere o nome de banda desenhada. As suas histórias têm como alvo públicos adultos, a associação feita entre quadradinhos e público infantil/juvenil será um erro de marketing e política seguida pelas maiores editoras e comerciantes deste género há muitos anos.
Em 1986 assina Watchmen com Dave Gibbons nos desenhos, considerada por muitos críticos como a melhor Novela Gráfica criada, dando uma visão negra e irónica do mundo através de super heróis com várias filosofias de vida distintas entre si que se vão reflectir nas personagens com objectivos existenciais (supostamente) elevados.
“From Hell” é um trabalho com Eddie Campbell publicado em 1991. Esta história usa um estudo com uma duração superior a 10 anos relativo a literatura, notícias e muitos outros temas ligados directa ou indirectamente à história de “Jack, o Estripador” e que dão a esta história uma base muito sólida.
Um dos seus últimos trabalhos é “Promethea” com a colaboração de J.H. Williams III e Mick Gray nos gráficos. Alan Moore faz uma aproximação ao misticismo com uma heroína adolescente, mas devido a um conteúdo bastante denso perde alguns seguidores das suas obras mais populares. Para quem tenha interesses em misticismo esta é uma obra a não perder, não só pela história mas também pelo grafismo conseguido.
Alan Moore já criou mais de 140 histórias em banda desenhada focando os mais variados temas, presentemente está a escrever um novela pornográfica com desenhos de Melinda Gebbie que deverá ter o nome de “Lost Girls” (livro ainda não editado, mas já anunciado) na tentativa de alterar mentalidades quanto ao sexo.

Os conflitos com grandes editoras começam muito cedo na sua carreira tendo Moore uma opinião bastante negativa sobre os gestores e comerciantes de banda desenhada, sendo o nome de Novela Gráfica um exemplo claro desta discordância.
Quando Moore assinou os primeiros contratos ninguém esperava que o seu sucesso fosse tão grande e prolongado, nesta altura o procedimento contratual era a propriedade da obra ser da editora enquanto esta fosse publicada (com uma percentagem do valor das vendas para os criadores). O normal era publicarem um trabalho, na mais optimista das perspectivas, durante dois anos. Moore ao fim de 20 anos continua a ver os seus primeiros trabalhos serem reeditados e consequentemente não tem autoridade sobre estes seus trabalhos.
Os conflitos tornam-se mais notórios com as adaptações de obras suas ao cinema. Até ao momento são três as mais conhecidas e quatro no total: Liga de Cavalheiros Extraordinários; A Verdadeira História de Jack o Estripado; V de Vingança e Constantine. Ele recusou sempre ver o seu nome fazer parte do genérico dos filmes sendo a percentagem que lhe caberia redistribuída pelos restantes autores (desenhadores, adaptadores e cinematográficos). Mas os únicos que nem sequer tentaram coloca-lo nos créditos foram os produtores de Constantine. Prevê-se que a anunciada estreia de Watchmen volte a provocar polémica.
A ideia de Moore é simples, se ele não tem nenhum controlo sobre o filme, também não quer ver o seu nome a ser usado e já ameaçou a DC Comics que caso o seu nome não fosse retirado do filme V For Vendetta então iria exigir que a respectiva banda desenhada deixasse de ser vendida com a sua assinatura.

Para lá do trabalho em banda desenhada Alan Moore também escreveu o romance “Voices of Fire”, com um sucesso comercial muito reduzido. Lança também vários discos com David J (ex-Bauhaus e amigo de infância), Tim Perkins (da banda The Emperors of Ice Cream banda original com Alan Moore) entre outros. Estes discos são feitos a partir de performances teatrais ao vivo únicas com um foco em rituais mágicos e cerimónias de evocação/invocação. Entre estes discos podemos destacar The Moon and Serpent Grand Egyptian Theatre of Marvel; The Birth Cau; The Highbury Working; Snakes and Ladders ou Angel Passage aonde as influências de Aleister Crowley e Austin Osman Spare entre outros são evidentes.

Podem ver a sua melhor entrevista no YouTube nem que seja só para ouvir uma voz impressionante ou então consultar o site de fans brasileiros em www.alanmooresenhordocaos . Apesar dos créditos já firmados deste autor as poucas obras traduzidas que encontrei são brasileiras (Watchmen ou Batman: The Killing Joke entre outros).

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