Alvorada

23.4.06

Nova Ordem Mundial (ou quase nova)


No seu ensaio "Millenium" o "anarquista ontológico" (titulo criado pelo próprio) dá uma perspectiva bastante diferente das habituais sobre o mundo político, bastante interessante e merecedora de referência.

A queda do império comunista entre 1989 e 1991 vêm marcar o início de um novo século e um novo desenho dos poderes sociais. Com o fim de uma batalha entre duas grandes forças opostas, o comunismo e o capitalismo, a sociedade começa a ser condicionada só por uma grande força, que pode ter os nomes de ordem mundial ou mercado internacional entre outros. Esta força parece ser sempre vencedora por defeito (afinal não existe mais nenhuma) com uma cultura única que assimila todo o mundo usando imagens de Hollywood ou da Disney através dos Media.

As implicações são que já não existem dois mundos opostos e consequentemente acabou o terceiro mundo, agora existe somente uma lixeira do mundo capitalista ou uma zona a não visitar. Na opinião de Peter Lamborn Wilson (o seu verdadeiro nome) o mundo reduz-se a duas forças o Capitalismo e o Individualismo herdeiro do Anarquismo.
A primeira referência política moderna na área Situacionista (outro nome para Individualismo) é o movimento Zapatista no México com uma mensagem nova "Queremos ser Índios Mayas e deixados em paz". Não existe nenhuma conversão às ideologias que professam, a única coisa que querem é a sua identidade e os outros podem ser quem muito bem entenderem, e é isto que marca a grande diferença e leva a que este tipo de ideologia comece a florescer pelo mundo e nos mais diversos ambientes sociais.

Numa sociedade massificada pelos media em que é passada a imagem de igualdade entre tudo e todos, muitos indivíduos sentem-se em oposição à verdade veiculada ou “vendida”, o que os leva ao isolamento por indiferença/discordância com as normas vigentes. Este isolamento pode ser contrariado pelos Media alternativos que no entanto exigem um grande esforço para serem encontrados e podem utilizar linguagens bastante diferentes das que se regem pelas normas sociais.

Quanto á posição do novo terrorismo radical islâmico para Hakim esta não e uma verdadeira alternativa pois não conduz a nenhuma grande mudança ideológica na nossa sociedade, que até se vê reforçada no seu poder para combater um inimigo perigoso. Estes movimentos Islâmicos mais radicais estão alienados da maioria do mundo muçulmano, colocando-o na posição desconfortável de ter que justificar os actos de Bin Ladden e companhia. Movimentos políticos como a Al-Qaeda e semelhantes nem sequer se referem ao capitalismo nos seus comunicados podendo serem facilmente associados a movimentos fascistas deslocados no tempo.

Pessoalmente, consigo identificar-me com algumas ideias deste autor, no entanto estou bastante longe de ser um dos seus seguidores. Quem estiver interessado em ler textos dele, este link fornece a sua maioria (em inglês)
www.hermetic.com/bey/
Para uma opinião mais independente aconselho a biblioteca (livre) on-line (também em inglês) Wikipedia